domingo, 18 de agosto de 2013

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO NORTE DO PARANÁ ( TREM TRENS FOTOS )

FONTE: LONDRINAHISTORICA

Viajando de trem pelo Norte do Paraná

Os primeiros habitantes de Londrina não tinham muitas opções de transporte para poder viajar, e a principal delas era, sem dúvida, o trem.
A Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná - SPP, de propriedade da Companhia de Terras Norte do Paraná, chegou a Londrina em julho de 1935, e operou até 1944, quando foi vendida ao Governo Federal, sendo incorporada à RVPSC - Rede Viação Paraná - Santa Catarina.
A foto acima, tirada por Francisco de Almeida Lopes, é da primeira estação ferroviária de Londrina, que ficou operacional entre 1935 e 1946.

Os trens de passageiros operaram em Londrina de 1935 a 1981, quando foram totalmente suprimidos.
(Carro de passageiros da SPP - Francisco de Almeida Lopes)

Os trens de passageiros da SPP eram tracionados por locomotivas a vapor, alimentadas a lenha, combustível bastante abundante na região naquela época. Eram compostos geralmente por uma locomotiva e seu tender, um carro de bagagem, três a quatro carros de passageiros e um vagão gaiola, de transporte de animais, (foto abaixo, de Francisco de Almeida Lopes).
A velocidade do trem era baixa, média de 40 Km/h, e as paradas eram muitas. Em média, havia uma estação a cada 15 Km de linha entre Londrina e Ourinhos, estação onde os passageiros deveriam fazer baldeação para os trens da Cia. Sorocabana, caso desejassem prosseguir viagem além. Somente entre Londrina e Cornélio Procópio, por exemplo, existiam nada menos que sete estações: Ibiporã, Jataí, Frei Timóteo, Serra Morena, Pirianito (atual Uraí), Congonhas e Catupiri.
(Estação de Jataí, por Francisco de Almeida Lopes)

Em todas as estações, acumulavam-se pilhas e pilhas de lenha, para abastecer os tenders. Enquanto os empregados da SPP colocavam água e lenha nos tenders, os passageiros desciam para fazer uma refeição rápida, esticar as pernas e, eventualmente, tirar fotografias.
(Estação de Santa Mariana, por Francisco de Almeida Lopes)

Em relação aos ônibus, os passageiros do trem eram poupados do suplício da poeira vermelha, fina e penetrante, mas, em compensação, estavam sujeitos à fumaça e às fagulhas lançadas pela locomotiva. 
(Estação de Cornélio Procópio - Francisco de Almeida Lopes)

A queima de lenha, ao contrário da queima do carvão, produz grande quantidade de fagulhas. Por isso, os passageiros costumavam viajar com roupas velhas, pois as fagulhas abriam buracos de queimadura nas mesmas. Ao longo da linha, a SPP mantinha equipes de trabalhadores encarregadas de apagar o fogo que as fagulhas ateavam ao mato cada vez que um trem passava.
(Estação de Congonhas - Francisco de Almeida Lopes)

A lenha era um combustível de baixo rendimento e, consequentemente, as locomotivas precisavam de mais lenha praticamente a cada parada.
(Estação de Bandeirantes - Francisco de Almeida Lopes)

O serviço prestado pela SPP era razoável, com uma organização típica dos ingleses, e os trens, ainda que lentos, costumavam ser pontuais. O mesmo não se pode dizer dos serviços da RVPSC. A qualidade do serviço caiu muito, os trens andavam sempre lotados e cada viagem era uma verdadeira epopéia.

A RVPSC foi incorporada a RFFSA em 1957, que promoveu, pouco tempo depois a dieselização da ferrovia, substituindo as velhas locomotivas a vapor, apelidadas de "Maria-Fumaça", por novas locomotivas diesel-elétricas GM EMD G-12, o que eliminou o incômodo das fagulhas e da fumaça, além de terem grande autonomia e não precisarem de reabastecimento frequente.
(Trem de passageiros saindo de Ourinhos para Maringá - Francisco de Almeida Lopes)

Aos poucos, os carros de madeira foram sendo substituídos por carros de aço, mais seguros, e as novas locomotivas passaram a tracionar trens mais longos e com maior velocidade, podendo manter uma média de 60 Km/h entre as estações.
(Estação de Ourinhos, nos anos 50 - Francisco de Almeida Lopes)

Com o asfaltamento das rodovias, no início dos anos 50, os ônibus começaram a ganhar vantagem em relação aos trens, que foram sendo deixados de lado e relegados à população de renda mais baixa, devido ao baixo preço das passagens, aproximadamente metade do preço para um lugar nos carros de segunda classe.
(Locomotivas G-12 e Maria Fumaça, no tempo da dieselização - Francisco de Almeida Lopes)

Nos anos 70, a FEPASA - Ferrovias Paulistas S/A, sucessora da Cia. Sorocabana, permitiu que seus carros Budd, de aço inoxidável, circulassem no Norte do Paraná, de Ourinhos a Maringá, o que evitava a incômoda baldeação em Ourinhos. Os trens que circulavam no Paraná eram tracionados, então, por locomotivas GM EMD G-22U, em duplas, e quando chegavam a Ourinhos, eram incorporadas a um outro trem, que vinha de Presidente Prudente, e daí seguiam para a Estação Júlio Prestes, em São Paulo, com tração elétrica.
(Trem da RFFSA com carros Budd, em Maringá, de partida para São Paulo - Blog Maringá Histórica)

Um detalhe interessante é que as passagens a partir de Ourinhos tornavam-se sensivelmente mais caras, diminuindo a grande vantagem que o trem tinha sobre os ônibus, que, ainda por cima, eram bem mais rápidos.
(Estação de Nova Dantzig, atual Cambé - Francisco de Almeida Lopes)

Ainda que os trens fossem lentos e os carros Budd fossem um tanto antigos, (foram comprados em 1952) o trem era razoavelmente confortável, muito espaçoso, e dispunha de carro-restaurante, que fornecia refeições prontas e de boa qualidade, a um preço bem acessível. Empregados da ferrovia também vendiam doces, salgados e bebidas a bordo do trem.
(Estação de Londrina nos anos 50 - Francisco de Almeida Lopes)

A pontualidade era uma característica dos trens nessa época, e os horários eram cumpridos rigorosamente. Os maquinistas eram selecionados entre os melhores, e esmeravam-se em parar e arrancar tão suavamente que alguns passageiros mal percebiam.
(Trem passando sobre a ponte do Rio Tibagi, na década de 30 - José Juliani)

A paisagem da região Norte do Paraná, especialmente no trecho entre Cornélio Procópio e Londrina, era bastante atraente para os passageiros dos trens, que serpenteavam entre as montanhas da Serra Morena, e a travessia do Rio Tibagi, a ponte mais longa do percurso, era um atrativo á parte.
(Ponte sobre o Rio Tibagi - Francisco de Almeida Lopes)

Por volta de 1978, um trem de passageiros típico que circulava na região tinha duas locomotivas G-22U, de 1600 HP cada uma, um carro-bagageiro, quatro carros de segunda classe, um carro-restaurante e dois carros de primeira classe, na cauda do trem.
(Estação de Rolândia nos anos 40 - Francisco de Almeida Lopes)

Em alguns casos, os carros-bagageiros e restaurantes eram supridos pela RFFSA, de Ourinhos a Maringá, enquanto os carros equivalentes da FEPASA seguiam para Presidente Prudente, ou ficavam em Ourinhos, para serem usados em outros trens.
(Estação de Rolândia nos anos 40 - Francisco de Almeida Lopes)

Infelizmente, nem com o baixo preço das passagens, os trens não puderam concorrer com os ônibus, cada vez melhores, mais rápidos e com mais opções de horário, e a RFFSA acabou suprimindo os trens de passageiros, cuja última viagem ocorreu em 10 de março de 1981.
(Trem da SPP atravessando a ponte sobre o Rio Paranapanema, entrando no Estado do Paraná - Francisco de Almeida Lopes).

LONDRINA 1930 FOTO COMPRADORES DE TERRA CTNP


sábado, 17 de agosto de 2013

LONDRINA ANTIGA - CRÔNICA

WWW.UNOPAR.BR

Pioneiros continuam relembrando o passado
Foto: Daniel Thomas
Uma alameda com 32 táxis, ou melhor, charretes. Um bosque, que cercado de mata por todos os lados, tinha pouca importância ambiental. Uma igreja, que era ponto de encontro de toda a cidade. Um cinema, considerado um dos mais modernos do país. Nelson Zaninelli, 76 anos; Idelfonso Delarosa, 76 anos; Alcides de Melo, 89 anos; Damião José da Silva, 94 anos. Esses pioneiros continuam o passeio, proposto pelo ComTexto, pelo Centro Histórico.
Daniel Thomas, quarta série noturno
A alameda Manoel Ribas fica em frente à Catedral Metropolitana de Londrina, entre as ruas Souza Naves, Minas Gerais e a Rio de Janeiro. Quem passa por lá hoje vê também um ponto de táxi que acompanha todo o canteiro da alameda e, provavelmente, alguns táxis esperando por uma corrida, talvez dois ou três.

Imagine então que este ponto de táxi existe há muito tempo, só que em vez de carros, as corridas eram feitas com charretes que ficavam estacionadas no ponto. Para ser exato, 32 charretes. Quem lembra isso é Nelson Zaninelli, 76 anos, que trabalha como taxista há 58. De 1948 a 1951 ele fez suas corridas com charretes. "Naquele tempo tinha trabalho pra todo mundo, sobrava corrida", afirmou o Zaninelli. Ele e outros pioneiros continuam o passeio pelo Centro Histórico, proposto pelo ComTexto, na edição 76 [Centro Histórico é contado por pioneiros].

As charretes eram o meio de transporte mais acessível à população, por ser mais barato e por transitar mais facilmente pelas ruas e bairros, onde ainda não havia pavimentação. "Em dias de chuva somente nós, charreteiros, que íamos até as vilas. Os carros também iam, mas cobravam preço dobrado e nós mais barato", lembrou Zaninelli.

Durante os anos de 1950, as charretes dos pontos do centro foram substituídas pelos carrinhos ingleses, os biribas. "Eu fiquei com o biriba de 1951 a 1959, quando veio o DKV", disse Zaninelli. Outro taxista de Londrina que atua na área há 56 anos é Idelfonso Delarosa, 76 anos. Ele disse que não chegou a trabalhar com charrete, mas dirigiu um biriba. "Quando eu comecei a dirigir o biriba, as últimas charretes ainda estavam saindo de linha",afirmou Delarosa.

Num passeio pelo Centro Histórico de Londrina, muitas lembranças saltam aos taxistas e outros pioneiros. Próximo à Alameda Manoel Ribas fica o bosque, última reserva de mata nativa no centro da cidade. Nas primeiras décadas de Londrina a cidade era cercada de mata fechada e, portanto, o bosque não tinha tanta importância como tem hoje.

"O bosque foi sempre mato. Era uma reserva, mas não tinha utilidade nenhuma", disse Alcides de Melo, 89 anos. Na parte mais alta do Bosque tinha uma figueira branca, que era usada, pelos agenciadores da Companhia de Terras Norte do Paraná (CNTP), para provar a fertilidade das terras disponíveis para a venda.

A figueira está presente nas fotos que mostram a primeira missa campal celebrada em Londrina. "A primeira missa foi celebrada no bosque, embaixo de uma figueira, e eu tenho uma fotografia. A apareço na foto porque eu tocava na banda", disse Alcides Melo. "Daqui da Alameda Manoel Ribas era possível ver a ponta da figueira, por cima do fórum, a atual Biblioteca Municipal."

Continuando o passeio pelo centro, próximo à figueira, fora do bosque, está a Catedral, famoso cartão postal de Londrina, que também passou por várias fases até chegar ao que é hoje. O terreno da catedral já estava reservado para ela antes da sua construção, e foi doado pelo diretor regente da CTNP, Arthur Thomas. "Primeiro foi construída uma igreja de madeira, cuja réplica, que fica no campus da UEL [Universidade Estadual de Londrina] é perfeita", afirmou Alcides.

"Na Sexta-feira Santa nós vínhamos do sítio, 25 pessoas a pé. Saíamos daqui depois da procissão e chegávamos em casa de madrugada", lembrou o taxista Delarosa. Depois, a igreja foi construída em alvenaria e tijolos no estilo neogótico. O badalar dos sinos convocavam os fiéis para as cerimônias religiosas.

"Nós tínhamos orientação para ir à igreja e para a missa. Eu fui coroinha e cantava no coral", revelou Damião José da Silva, 94 anos, que chegou a Londrina em 1934 e trabalhava no balizamento abrindo ruas e estradas. Em 1972, durante uma missa solene foi inaugurada a Catedral Metropolitana de Londrina, que existe até hoje.

Outro ponto do Centro Histórico que merece ser relembrado é o Cine Ouro Verde, que depois de adquirido pela UEL em 1978, passou a se chamar Cine Teatro Universitário Ouro Verde, e muito utilizado para diversas promoções culturais.

O Cine Ouro verde foi o sexto cinema de Londrina e considerado na época o terceiro mais luxuoso da América Latina. O primeiro da cidade a ter ar condicionado, recurso muito moderno na época. Suas poltronas eram recuáveis, isto é, com um movimento das pernas ou das costas ela recuava. "Quando tinha filme de aviação, a pessoa que estava sentada na sua frente ficava com medo e deitava para trás pensando que o avião ia pegar nele", disse Delarosa.

Os assentos eram de couro, o chão era forrado com tapete, a tela de vidro semi-panorâmico e a iluminação também imponente. O cinema foi construído obedecendo ao projeto arquitetônico moderno de João Batista Vilanova Artigas e foi inaugurado em 24 de dezembro de 1952, com o filme "Meu Coração Canta". O
Cine Ouro Verde foi um dos principais locais de lazer para a população londrinense. "Eu ia bastante no Cine Ouro Verde, porque eu trabalhava até as 3 ou 4 horas e depois ia assistir filme", disse Zaninelli.

CRÔNICA LONDRINA DOS ANOS 50



Charretes de aluguel na Alameda Manoel Ribas defronte ao antigo Paço Municipal Década de 1950. Foto de José Juliani.

O texto que segue foi extraído do blog: Londrina Documenta 2. São histórias sobre os tempos das charretes.
“Uma alameda com 32 táxis, ou melhor, charretes. Um bosque, que cercado de mata por todos os  lados, tinha pouca importância ambiental. Uma igreja, que era ponto de encontro de toda a cidade. Um cinema, considerado um dos mais modernos do país. Nelson Zaninelli, 76 anos; Idelfonso Delarosa, 76 anos; Alcides de Melo, 89 anos; Damião José da Silva, 94 anos. Esses pioneiros continuam o passeio, proposto pelo Contexto, pelo Centro Histórico. Daniel Thomas, quarta série noturno.
A alameda Manoel Ribas fica em frente à Catedral Metropolitana de Londrina, entre as ruas Souza Naves, Minas Gerais e a Rio de Janeiro. Quem passa por lá hoje vê também um ponto de táxi que acompanha todo o canteiro da alameda e, provavelmente, alguns táxis esperando por uma corrida, talvez dois ou três.  Imagine então que este ponto de táxi existe há muito tempo, só que em vez de carros, as corridas eram feitas com charretes que ficavam estacionadas no ponto. Para ser exato, 32 charretes. Quem lembra isso é Nelson Zaninelli, 76 anos, que trabalha como taxista há 58. De 1948 a 1951 ele fez suas corridas com charretes. "Naquele tempo tinha trabalho pra todo mundo, sobrava corrida", afirmou o Zaninelli. Ele e outros pioneiros continuam o passeio pelo Centro Histórico, proposto pelo ComTexto, na edição 76 [Centro Histórico é contado por pioneiros].  As charretes eram o meio de transporte mais acessível à população, por ser mais barato e por transitar mais facilmente pelas ruas e bairros, onde ainda não havia pavimentação. "Em dias de chuva somente nós, charreteiros, que íamos até as vilas. Os carros também iam, mas cobravam preço dobrado e nós mais barato", lembrou Zaninelli.  Durante os anos de 1950, as charretes dos pontos do centro foram substituídas pelos carrinhos ingleses, os biribas. "Eu fiquei com o biriba de 1951 a 1959, quando veio o DKV", disse Zaninelli. Outro taxista de Londrina que atua na área há 56 anos é Idelfonso Delarosa, 76 anos. Ele disse que não chegou a trabalhar com charrete, mas dirigiu um biriba. "Quando eu comecei a dirigir o biriba, as últimas charretes ainda estavam saindo de linha",afirmou Delarosa.   Num passeio pelo Centro Histórico de Londrina, muitas lembranças saltam aos taxistas e outros pioneiros. Próximo à Alameda Manoel Ribas fica o bosque, última reserva de mata nativa no centro da cidade. Nas primeiras décadas de Londrina a cidade era cercada de mata fechada e, portanto, o bosque não tinha tanta importância como tem hoje. "O bosque foi sempre mato. Era uma reserva, mas não tinha utilidade nenhuma", disse Alcides de Melo, 89 anos. Na parte mais alta do Bosque tinha uma figueira branca, que era usada, pelos agenciadores da Companhia de Terras Norte do Paraná (CNTP), para provar a fertilidade das terras disponíveis para a venda. A figueira está presente nas fotos que mostram a primeira missa campal celebrada em Londrina. "A primeira missa foi celebrada no bosque, embaixo de uma figueira, e eu tenho uma fotografia. A apareço na foto porque eu tocava na banda", disse Alcides Melo. "Daqui da Alameda Manoel Ribas era possível ver a ponta da figueira, por cima do fórum, a atual Biblioteca Municipal."  Continuando o passeio pelo centro, próximo à figueira, fora do bosque, está a Catedral, famoso cartão postal de Londrina, que também passou por várias fases até chegar ao que é hoje. O terreno da catedral já estava reservado para ela antes da sua construção, e foi doado pelo diretor regente da CTNP, Arthur Thomas. "Primeiro foi construída uma igreja de madeira, cuja réplica, que fica no campus da UEL [Universidade Estadual de Londrina] é perfeita", afirmou Alcides.  "Na Sexta-feira Santa nós vínhamos do sítio, 25 pessoas a pé. Saíamos daqui depois da procissão e chegávamos em casa de madrugada", lembrou o taxista Delarosa. Depois, a igreja foi construída em alvenaria e tijolos no estilo neogótico. O badalar dos sinos convocavam os fiéis para as cerimônias religiosas.  "Nós tínhamos orientação para ir à igreja e para a missa. Eu fui coroinha e cantava no coral", revelou Damião José da Silva, 94 anos, que chegou a Londrina em 1934 e trabalhava no balizamento abrindo ruas e estradas. Em 1972, durante uma missa solene foi inaugurada a Catedral Metropolitana de Londrina, que existe até hoje.  Outro ponto do Centro Histórico que merece ser relembrado é o Cine Ouro Verde, que depois de adquirido pela UEL em 1978, passou a se chamar Cine Teatro Universitário Ouro Verde, e muito utilizado para diversas promoções culturais.  O Cine Ouro verde foi o sexto cinema de Londrina e considerado na época o terceiro mais luxuoso da América Latina. O primeiro da cidade a ter ar condicionado, recurso muito moderno na época. Suas poltronas eram recuáveis, isto é, com um movimento das pernas ou das costas ela recuava. "Quando tinha filme de aviação, a pessoa que estava sentada na sua frente ficava com medo e deitava para trás pensando que o avião ia pegar nele", disse Delarosa.  Os assentos eram de couro, o chão era forrado com tapete, a tela de vidro semi-panorâmico e a iluminação também imponente. O cinema foi construído obedecendo ao projeto arquitetônico moderno de João Batista Vilanova Artigas e foi inaugurado em 24 de dezembro de 1952, com o filme "Meu Coração Canta". O Cine Ouro Verde foi um dos principais locais de lazer para a população londrinense. "Eu ia bastante no Cine Ouro Verde, porque eu trabalhava até as 3 ou 4 horas e depois ia assistir filme", disse Zaninelli.” Coalboração Benvino Viana Flores Neto


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

FOTO DE LONDRINA DE 1959 - LINDA

RUA MARANHÃO... EDIFÍCIO SUL BRASILEIRO ( DO RELÓGIO) EM CONSTRUÇÃO...
obs.: O edifício em construção é o América, que fica na esquina da Maranhão com a Rio de Janeiro. Já o Sul Brasileiro fica entre a Rio de Janeiro e São Paulo. BENVINO VIANA

sábado, 10 de agosto de 2013

LONDRINA 1930 - PESCA NO TIBAGI

Abilio Medeiros
O tropeiro José Licha e o alemão Hermman exibem o pintado fisgado por George Craig Smith, em 1930, no Rio Tibagi. 

VENDAS EMPÓRIOS SECOS e MOLHADOS ANTIGOS BARES DO NORTE DO PARANÁ ( BAR e VENDA )


VENDA DO CARAMURU































By  JOSÉ CARLOS FARINA
VENDA DA WARTA
































By JOSÉ CARLOS FARINA
VENDA DO CAMPINHO DE ARAPONGAS
































By JOSÉ CARLOS FARINA
VENDA DO CEBOLEIRO































By  JOSÉ CARLOS FARINA
VENDA DA VILA OLIVEIRA ROLÂNDIA






























By JOSÉ CARLOS FARINA
VENDA DE LONDRINA






























By  José Carlos FArina
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Folha de  Londrina

VENDA ANTIGA DE SECOS e MOLHADOS ( EMPÓRIO e MERCEARIA ) NORTE DO PARANÁ

FOLHA DE LONDRINA

Secos e Molhados

Tenho guardada na memória uma alegre lembrança, que de vez em quando me leva de volta aos armazéns que existiam nas décadas de 1950 e 1960, num tempo em que não havia supermercados, cheques e cartões de crédito. Naquela época, as famílias adquiriam tudo que precisavam por meio da confiança (ou fiado) nas casas de comércio. Minha família morava numa pequena cidade do interior e eu costumava ir à venda do Seu Toninho, onde se lia num letreiro desbotado "Armazém União – Secos e Molhados". 


Recordo que minha mãe fazia uma lista de compras para eu levar até o armazém e enquanto Seu Toninho conferia o pedido, eu ficava passando os olhos pelo lugar, encantado com aquilo que via. Muitos produtos não tinham marca e eram vendidos a granel. Outros itens eram retirados da tulha, pesados e empacotados em sacos de papel, bem à vista do freguês. 

Havia um grande balcão para atender os clientes, onde, além da balança e da caixa registradora, ficavam o baleiro, as caixas de marmelada, os queijos, torresmo, carne seca, os vidros de rollmops (sardinha em conserva) e de ovos cozidos. Na parte de baixo do balcão eram guardados os itens escolares e de armarinho. Havia ainda um espaço no balcão, que era meu favorito, onde eu ficava cobiçando as maravilhosas bolinhas de gude sonhando em tê-las na minha coleção. Atrás do balcão ficavam as prateleiras de enlatados, as barricas de querosene, solvente e azeite, além dos caixotes de sabão, banha e cera. Mortadelas e salames eram pendurados num lado dos varais, enquanto do outro lado pendiam panelas, chaleiras, frigideiras, canecas, bombinhas de inseticidas, mata-moscas, penicos. Noutro canto, perto dos rolos de fumo em corda, era o local das ferramentas. 

Quando eu juntava alguns trocados vendendo garrafas, a minha diversão era completa: como esquecer os pirulitos em forma de chupeta? As balas Chita e 7 Belo? O chiclete Ping-Pong? O sorvete seco, as marias-moles, suspiros e pés-de- moleque? E as deliciosas gasosas? 

Quando Seu Toninho terminava a separação das mercadorias me chamava para anotar o valor da compra em duas cadernetas: a dele e a do freguês. A conta só era paga no fim do mês e se a família estivesse com dificuldades, o comerciante ainda estendia um pouco o prazo, sem juros ou correção, pois conhecia de perto as necessidades e o caráter de cada um dos seus fregueses, sabendo quais eram os bons e os maus pagadores. É uma pena constatar que esse tipo de relacionamento não existe mais. 

Gerson Antônio Melatti - Foto by José Carlos Farina